Dentro de 4 dias, greve deve parar frigorficos.
A greve dos fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), iniciada na última segunda-feira, deve paralisar algumas plantas industriais de carnes no Paraná a partir da próxima semana. Como a emissão do certificado sanitário – nacional e internacional – não atende a produção total, as empresas não estão conseguindo comercializar os produtos. “Empresas que precisam de dez certificados por dia estão conseguindo dois. Na próxima semana, a capacidade de armazenagem do produto estará no limite. Sem poder comercializar e estocar, a saída será parar a produção”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarne-PR), Péricles Salaza. No dia seguinte ao início da greve a entidade ajuizou um mandado de segurança para garantir a emissão do certificado. Porém, a Justiça ainda não analisou o processo. De acordo com informações do Sindicarne de Santa Catarina, os frigoríficos do estado estão contabilizando prejuízos de US$ 5 milhões/dia. O mercado dos dois estados se equivale. Na tentativa de minimizar os efeitos da greve, o Mapa recorreu à Advocacia-Geral da União para assegurar o trabalho de pelo menos 70% dos servidores. Outra medida anunciada pelo Ministério possibilita temporariamente aos estados, Distrito Federal e municípios a execução compartilhada das ações de defesa, vigilância, inspeção e fiscalização agropecuária. Porém, a ação não terá resultado prático no Paraná, já que a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) anunciou não possuir estrutura para assumir as funções. “Não contamos com estrutura treinada e capacitada. Precisamos ter cuidado para não gerar prejuízo ainda maior, pois a emissão do certificado sem atender o protocolo internacional pode resultar na devolução da carga”, explica o chefe de gabinete do órgão, Silmar Pires Buhrer. Prejuízos Os representantes da cadeia da carne alegam que a paralisação pode agravar a crise dos custos elevados e mercado limitado que afeta diretamente a avicultura e a suinocultura. A Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) considera que está em jogo não apenas o abastecimento, mas também a saúde da população, que depende das inspeções. As indústrias de carne de ave também dependem de uma solução rápida. Segundo a União Brasileira de Avicultura (Ubabef), tanto os dois terços da produção de carne de frango que ficam no mercado interno quanto o volume exportado podem ter a saída dos frigoríficos interrompida. Fonte: Site; Jornal Gazeta do Povo (09/08/2012).