Aps 8 meses de reviravoltas, conselho aprova cassao de Eduardo Cunha
Com o placar de 11 votos a 9, o Conselho de Ética aprovou nesta terça-feira (14) parecer pela cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara. Ele é acusado de mentir na CPI da Petrobras ao dizer que não tinha contas no exterior. Agora, o parecer deve ser analisado em plenário.
A sessão da votação foi tumultuada e interrompida em vários momentos pela troca de xingamentos entre os parlamentares. Após a abertura da votação, o destino de Cunha foi em dois momentos. Primeiramente, pela definição do voto de Tia Eron (PRB-BA), que era uma incógnita, pela cassação. Com isso, o placar estimado iria para 10 a 10, com o empate sendo resolvido pelo presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), declaradamente contrário ao peemedebista. “Não posso absolver o representado. Quero votar sim com o relatório”, disse Tia Eron.
O segundo momento decisivo foi com a mudança no voto de Wladimir Costa (SD-PA) , aliado de Cunha. Com sua manifestação a favor da cassação, o placar previsto - e confirmado - foi para 11 votos a favor e 9 contra. Momentos antes do anúncio da deputada Tia Eron, ele ainda fazia a defesa do presidente afastado da Câmara, afirmando que ele foi o grande responsável pelo processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e chamando os petistas de “vagabundos”.
O processo contra Cunha foi o mais longo da história do Conselho de Ética, consequência principalmente das manobras do peemedebista e de sues aliados, que durante o transcorrer da investigação trabalharam intensamente para protelar os trabalhos. A representação deu entrada no colegiado em 13 de outubro de 2015.
Apesar da aprovação do parecer pela cassação no Conselho de Ética, o peemedebista já conta com manobras de aliados na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para mudar os rumos da decisão. Uma reunião na CCJ também nesta terça-feira foi adiada, após um pedido de vistas sobre o relatório do deputado Arthur Lira (PP-AL), aliado de Cunha. O parecer foi elaborado após uma consulta do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), sobre as regras de cassação de deputados no plenário da Câmara.