Paran deve colher 23 milhes de toneladas de gros

A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento divulgou o balanço da safra de verão 2017/2018, referente ao mês de novembro. O relatório aponta para uma colheita de 23 milhões de toneladas de grãos, correspondendo a um recuo de 9% em relação ao ano passado. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), a projeção se mantém estável em relação à previsão inicial, mas o excesso de chuvas começa a preocupar.

“Não há expectativa de que se repitam as condições climáticas excelentes da safra anterior, que permitiram uma colheita recorde”, disse o secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. O excesso de chuvas verificado nos últimos dois meses começa a provocar estragos na lavoura. A soja já apresenta perdas de 2% na região Oeste, a maior produtora do grão no Estado.

Segundo Ortigara, mesmo com o aperfeiçoamento da tecnologia empregada pelos produtores, o desempenho do clima já apontava que os ganhos não seriam tão consistentes como foram no ano passado.

“Na largada do plantio da temporada 2017/18, houve uma sequência de eventos que não contribuem para a repetição de fase tão favorável como foi no ano passado”, disse ele. Houve atraso do plantio em função da seca, depois chuvas abundantes, erosão e soterramento de sementes. “Ainda assim, a expectativa é de uma safra grande”, afirmou o secretário.

SOJA

O Deral já trabalha com uma queda de produção de 2% para a soja, cujo volume colhido deve cair de 19,8 milhões de toneladas (safra anterior) para 19,4 milhões de toneladas. Em relação à estimativa inicial a queda prevista é de 1% (100 mil toneladas). Essa redução está sendo provocada pelo excesso de chuvas de outubro e novembro e afetou principalmente a região Oeste.

Cerca de 96% da área prevista para soja - de 5,45 milhões de hectares - já foi plantada e a maior parte está em boas condições. Os preços também estão estáveis, embora menores que no ano passado. Em novembro do ano passado a cotação média era R$ 66 a saca. Neste ano, no mesmo mês, a cotação é de R$ 62 a saca, uma queda de 5%.

MILHO

A área destinada ao milho é de 340.680 hectares, já totalmente plantada e a expectativa com o desenvolvimento da lavoura é boa. A área é a menor da história para a primeira safra do grão, com uma queda de 34%. A previsão de produção é de 3,07 milhões de toneladas, 38% menor em relação ao ano passado. A redução no plantio é explicada pela queda no preço, que já chega a 31%. Em novembro de 2016 a saca valia R$ 32 e este ano R$ 22.

FEIJÃO

Está começando a colheita do feijão de primeira safra, com 2% da área prevista (196.445 hectares) colhidos nas regiões de Francisco Beltrão, Jacarezinho, Londrina, Maringá e Curitiba. A previsão de produção é de 379.665 toneladas, cerca de 3% acima da produção do ano passado. O aumento da produção se dá em função da produtividade. Mas o clima frio dos últimos dias ainda pode levar a uma redução na produtividade.

A existência de muito feijão de qualidade no mercado aponta tendência de queda no preço. Segundo o Deral, no mês de outubro o feijão de cor estava cotado em média, por R$ 89,96 a saca, uma queda de 1,91% em relação ao mês anterior. Já o feijão-preto está com tendência ao contrário. No mesmo período, os preços médios estavam em torno de R$ 111,80 a saca, uma alta de 1,97 em relação ao mês anterior.

TRIGO

O Paraná está encerrando a colheita de trigo da safra 2017, com uma queda de 37% na produção em relação ao ano passado – passando de 3,5 milhões para 2,2 milhões de toneladas.

A queda na produção ocorreu em função da redução na área plantada que este ano foi de 13% - de 1,1 milhão para 960 mil hectares. Além disso, teve quebra de safra de 27% em relação à estimativa inicial (3,024 milhões de toneladas).

De acordo com o Deral, o trigo foi prejudicado por um período seco entre julho e setembro, que atingiu todas as fases de desenvolvimento das lavouras, e agora está sendo prejudicado novamente com excesso de chuvas na colheita.

O mercado continua com preços estáveis de R$ 34 a saca, abaixo dos custos de produção. Segundo o Deral, esses preços são os mesmos praticados no ano passado e não reagem por estar no período de safra e por causa das importações.

 Post - Andressa Pinheiro/Paranaguá-PR

 Fonte - Folha do Litoral