Brasil entre a fome e a fartura
Brasil entre a fome e a fartura
O Plano Safra 2023/2024, programa do Governo Federal visa apoiar o setor agropecuário, oferecendo linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas para os produtores rurais, desde os agricultores familiares até os mega produtores. Esse ano o governo federal anunciou a liberação de R$ 364,22 bilhões para alavancar a produção agrícola nacional.
Segundo previsão da Companhia Nacional de Abastecimento, Conab, o volume da produção brasileira de grãos deverá chegar a 317 milhões de toneladas, ao final da safra 2022/2023, um crescimento de 16,55 ou 44,9 milhões de toneladas acima da safra 2021/2022. Para a safra 2023/2024 as expectativas são ainda melhores, reposicionando o Brasil como um dos principais produtores agropecuários do mundo.
Na ponta dos maiores produtores de carne de frango e suínos estão os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No primeiro semestre de 2023 o Paraná superou a marca de 1 milhão de toneladas de frango exportadas para os diversos continentes.
São números surpreendentes para o agronegócio, em grande parte subsidiados por juros baixos e condições atraentes de financiamento. Mas algo está errado nessa balança, diz o presidente do Sintracoosul, Joel Martins Ribeiro. “Na ponta oposta ao crescimento do agronegócio está o crescente número de brasileiros que passam fome, ou que se encontram em situação de insegurança alimentar”. Joel lembra que são praticamente 77 milhões de brasileiros que vivem diariamente com as incertezas de terem comida à mesa, segundo a FGV Social.
“Já passou a hora do governo incrementar políticas sociais de alimentação a esses milhões de brasileiros e brasileiras. Como pode um país com as riquezas como as nossas, com o potencial produtivo de grãos e proteína animal, deixar seu povo passar fome? ” Desabafou Joel. O presidente do Sintracoosul destacou ainda que é responsabilidade de todos os setores produtivos, principalmente os que se beneficiam do dinheiro público, de contribuírem para a erradicação da fome no Brasil.
“Sem dúvidas o agronegócio é um dos vetores da economia nacional, que deve produzir com base em esteios de sustentabilidade, e também retribuir à sociedade pelos benefícios que tanto exige, de financiamentos e custeio de safra”.
