Imunizar todas as 9,3 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos do Paraná é o objetivo da campanha de vacinação contra a febre aftosa lançada ontem pelo governador Beto Richa em Umuarama e Paranavaí, Região Noroeste, onde fica o maior rebanho bovino do estado. Os pecuristas têm 30 dias para vacinar e apresentar comprovantes nos postos veterinários oficiais de seus municípios. Na primeira campanha deste ano, realizada em maio passado, o índice de vacinação ficou em 97%.
Ao aplicar as primeiras doses da vacina na abertura da campanha, na fazenda Haiti, em Umuarama, Beto Richa disse que a meta é chegar a 100% de cobertura e tentou deixar os pecuaristas em alerta. Em sua avaliação, o foco de aftosa confirmado há um mês no Paraguai exige atenção redobrada. “É hora de protegermos ainda mais o nosso rebanho porque almejamos para os próximos anos ser um estado livre da aftosa sem o uso da vacina.”
O governo estadual vem reforçando as barreiras sanitárias nas divisas com Mato Grosso do Sul, por onde teria entrado o vírus da aftosa em 2005. Na fronteira com o Paraguai, a principal defesa é o Rio Paraná.
O coordenador do Programa de Erradicação da Febre Aftosa, Walter Ribeirete, disse que a fiscalização será rigorosa contra quem não vacinar o gado. A multa é de R$ 96 por animal não vacinado. “É melhor pagar até dois reais pela vacina do que pagar a multa”, argumentou.
Ele explica ainda que todos os bovinos e búfalos, de qualquer idade, devem receber a dose da vacina. Cada dose custa entre R$ 1,50 a R$ 2,00, dependendo da região do Paraná. O setor gasta cerca de R$ 15 milhões com a campanha.
O secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, disse que não é vontade do estado multar ninguém, mas que, se o produtor entrar na lista de infrator, essa será a alternativa. Ele adiantou que o governo está preparando a contratação de aproximadamente 300 novos agentes para o setor, mas considerou que a estrutura atual é suficiente para fazer a campanha de vacinação atingir a meda de 100%.
Para o vice-presidente da Sociedade Rural de Umuarama, João Megda, os pecuaristas estão conscientes da importância da vacina. Mesmo assim, a entidade se esforça para mobilizar os criadores de gado. “Não podemos permitir que a aftosa volte a causar prejuízos”, disse. Depois do registro de aftosa em 2005, as exportações de carne bovina do Paraná caíram continuamente. Hoje praticamente não há mais embarques, o que canaliza a produção para o mercado interno.
Fonte: Site; Jornal Gazeta do Povo, (01/11/2011).