China faz 35 acordos com Brasil e abre mercado para carne

Governos assinam 35 acordos bilaterais em visita do premiê Li Keqiang

 

Petrobras pode ter mais R$ 5 bi do Banco de Desenvolvimento da China e outros R$ 2 bi do China EximBank

 

O governo brasileiro assinou nesta terça-feira (19) 35 acordos bilaterais com a China nas áreas de planejamento, infraestrutura, comércio, energia e mineração.

 

O pacote acordado com o governo chinês chega a US$ 53 bilhões, mas isso não significa que esse será o valor investido pelos chineses no Brasil, já que vários projetos ainda não saíram do papel.

 

De concreto, a visita resultou na compra de 22 aeronaves da Embraer pela Tianjin Airlines, estimada em US$ 1,1 bilhão, e o Bank of Communications comprou cerca de 80% do brasileiro BBM, por estimados R$ 525 milhões.

 

Além disso, oito frigoríficos brasileiros foram autorizados a exportar carne bovina para a China, já a partir da próxima semana. O potencial de exportação anual é da ordem de US$ 150 milhões.

 

Segundo o Ministério da Agricultura, 26 frigoríficos serão habilitados até junho.

 

O mercado do país asiático estava fechado desde 2012 para o produto nacional. No almoço desta terça-feira (19) servido ao primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, o prato principal foi coração de contrafilé braseado.

 

PETROBRAS

Segundo a Folha apurou, o Planalto aposta nos negócios com a China para reativar o investimento no país, afetado pelo corte de gastos, que deve ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões.

 

Dos US$ 53 bilhões, US$ 7 bilhões podem financiar projetos da Petrobras.

 

A estatal já havia anunciado, no mês passado, um empréstimo de US$ 3,5 bilhões com o Banco de Desenvolvimento da China, que injetará mais US$ 5 bilhões. Os outros US$ 2 bilhões foram acertados com o China EximBank.

 

"A cifra evidentemente é significativa, mas a simbologia da contribuição é que acho que tem importância", ponderou o embaixador José Alfredo Graça Lima, em referência ao escândalo de corrupção na estatal, investigado na Operação Lava Jato.

 

Sobre o pacote anunciado, Graça Lima disse que "são cifras que visam a dar dimensão da grandeza do que pode vir a ser efetivamente alcançado dentro de um prazo de tempo que a gente não sabe hoje até onde vai se estender".

 

Após encontro com o premiê, a presidente Dilma Rousseff afirmou que fará uma viagem à China em 2016.

 

SONHO REMOTO

Uma das principais apostas é a ferrovia Transoceânica, que ligará Brasil e Peru, mas cuja construção é considerada remota pelo setor. O acordo prevê que os chineses façam o estudo de viabilidade da obra, ainda sem preço final definido. O documento deve ser apresentado ao Brasil até maio do próximo ano.

 

Brasil e China também fecharam a criação de um fundo para negócios por meio da Caixa Econômica e do Banco Industrial e de Comércio da China (ICBC), com recursos de US$ 50 bilhões.

 

Fonte: Folha de S. Paulo

(Emilly Andrade / FETRACOOP-PR)