Pecuria tem 30 dias para vacinar o gado.

Imunizar todas as 9,3 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos do Paraná é o objetivo da campanha de vacinação contra a febre aftosa lançada ontem pelo governador Beto Richa em Umuarama e Para­­navaí, Região Noroeste, onde fica o maior rebanho bovino do estado. Os pecuristas têm 30 dias para vacinar e apresentar comprovantes nos postos veterinários oficiais de seus municípios. Na primeira campanha deste ano, realizada em maio passado, o índice de vacinação ficou em 97%. Ao aplicar as primeiras doses da vacina na abertura da campanha, na fazenda Haiti, em Umuarama, Beto Richa disse que a meta é chegar a 100% de cobertura e tentou deixar os pecuaristas em alerta. Em sua avaliação, o foco de aftosa confirmado há um mês no Paraguai exige atenção redobrada. “É hora de protegermos ainda mais o nosso rebanho porque almejamos para os próximos anos ser um estado livre da aftosa sem o uso da vacina.”

Evolução sanitária
A campanha de vacinação ocorre neste mês em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal, com exceção de Santa Catarina (livre da aftosa sem vacinação) e Roraima (que vacinou em outubro). A meta do governo é fazer com que 13 estados sejam reconhecidos como área livre sem vacinação em dois anos. -> 10 estados brasileiros perderam o status de área livre com vacinação em 2005, quando foram notificados casos de aftosa em Mato Grosso do Sul e no Paraná. -> 4 anos foram necessários para que toda a região recuperasse sua condição sanitária de área livre com vacinação. Antes disso, foi necessário redobrar a vigilância na fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai. -> 200 milhões de doses de vacinas contra aftosa devem ser aplicadas em todo o Brasil entre outubro e novembro, um investimento de aproximadamente R$ 400 milhões.
O governo estadual vem reforçando as barreiras sanitárias nas divisas com Mato Grosso do Sul, por onde teria entrado o vírus da aftosa em 2005. Na fronteira com o Paraguai, a principal defesa é o Rio Paraná. O coordenador do Programa de Erradicação da Febre Aftosa, Walter Ribeirete, disse que a fiscalização será rigorosa contra quem não vacinar o gado. A multa é de R$ 96 por animal não vacinado. “É melhor pagar até dois reais pela vacina do que pagar a multa”, argumentou. Ele explica ainda que todos os bovinos e búfalos, de qualquer idade, devem receber a dose da vacina.  Cada dose custa entre R$ 1,50 a R$ 2,00, dependendo da região do Paraná. O setor gasta cerca de R$ 15 milhões com a campanha. O secretário estadual da Agri­­­cultura, Norberto Ortigara, disse que não é vontade do estado multar ninguém, mas que, se o produtor entrar na lista de infrator, essa será a alternativa. Ele adiantou que o governo está preparando a contratação de aproximadamente 300 novos agentes para o setor, mas considerou que a estrutura atual é suficiente para fazer a campanha de vacinação atingir a meda de 100%. Para o vice-presidente da Sociedade Rural de Umuarama, João Megda, os pecuaristas estão conscientes da importância da vacina. Mesmo assim, a entidade se esforça para mobilizar os criadores de gado. “Não podemos permitir que a aftosa volte a causar prejuízos”, disse. Depois do registro de aftosa em 2005, as exportações de carne bovina do Paraná caíram continuamente. Hoje praticamente não há mais embarques, o que canaliza a produção para o mercado interno. Fonte: Site; Jornal Gazeta do Povo, (01/11/2011).